5 Dicas Para Abrir Um Escritório de Advocacia de Sucesso

João Carneiro 5 min de leitura

Aqueles que se formaram mais recentemente nos cursos jurídicos irão se lembrar do alto número de colegas de sala que levantavam a mão quando o professor indagava quem ali pretendia fazer concurso ao invés de advogar.

A verdade é que o número de concurseiros aumenta cada vez mais e não falamos aqui de vocação ou vaidade ao se buscar poder ou status do cargo, o motivo principal que capta tantos alunos e os destina para o mundo dos concursos é a estabilidade. 

Com a marca de um milhão de advogados brasileiros ultrapassada e o número de 1684 cursos jurídicos no Brasil não há quem negue que o mercado para advogados esteja saturado, no entanto, conforme sempre reitera o Professor da Faculdade de Direito da Mackenzie, Felipe Chiarello, “o mercado nunca está saturado para quem é bom”.

Deste modo, fica a advocacia separada para aqueles ousados que não se amedrontam com as incertezas e intempéries de ser um profissional liberal ou com os números e estatísticas que apontam para o outro lado.

Assim, após formado e devidamente inscrito na ordem dos advogados, tendo adquirido a experiência da praxe jurídica e a convicção de que a advocacia é a sua profissão, isto é, não se afugentou após ter atuado na área o suficiente para se denominar advogado, resta saber: qual o próximo passo na sua carreira?

Certamente, a resposta será abrir um escritório.

Portanto, a seguir elencamos os cinco pontos a se ter em mente para o sucesso quando da abertura de seu escritório.

1. Faça Uma Análise do Mercado e Defina Uma Área de Atuação

Sempre haverá divergências no que diz respeito à ordem de disposição do subtítulo acima, fazer a análise do mercado e então definir a área de atuação ou então escolher a área de atuação e só depois fazer análise do mercado?

A verdade é que os dois quesitos devem ser trabalhados em conjunto.

Escolher um mercado altamente promissor e com alta rentabilidade não adiantará nada se o profissional não for engajado na área, com gana para se aprofundar nos conhecimentos e se tornar um expert naquele segmento.

Tampouco serve amar profundamente o que faz se não há retorno financeiro e acaba por retirar o sustento de outras atividades. 

O ideal seria estar o profissional capaz de ampliar sua especialidade para que sua atuação não fique tão restrita e possibilite a sobrevivência de seu escritório nos primeiros anos.

Exemplificando, se sua especialidade é na área trabalhista, por certo muitos de seus clientes terão demandas no âmbito previdenciário e por vezes até outras situadas em outro polo, como Direito de Família e Sucessões.

Não se afirma uma atuação generalista, mas sim ampla, no entanto sem perder a qualidade.

2. Vale a Pena Ter Sócios Para o Escritório ou Não?

A escolha de um sócio é algo estritamente pessoal, deve ser levado em consideração a personalidade, afinidade e a confiança. 

Geralmente, as sociedades são formadas nas cadeiras de sala de aula durante a faculdade, mesmo que os sócios só percebam anos depois.

Os benefícios de se ter um sócio são inúmeros, divisão das tarefas, segmentação das matérias de atuação do escritório, maior capacidade de absorção das demandas, divisão do custo operacional do escritório e assim por diante.

Porém, caso o profissional que está planejando abrir seu escritório não tenha alguém que possua sintonia, afinidade e confiança, é melhor optar pela atuação solo.

3. Planeje as Finanças

Como qualquer outro tipo de profissional liberal, um advogado deve possuir preocupação com as finanças de seu escritório, isto é, deve se organizar de modo a sobreviver aos primeiros meses de inserção no mercado.

A peculiaridade da advocacia de ter de esperar de 3 a 4 anos por uma sentença faz com que a programação financeira seja mais rígida, ainda mais para aqueles que estão iniciando. 

Portanto, é de extrema importância atenção aos investimentos iniciais, para que o capital inicial não seja exaurido na compra de ativos não tão necessários, bem como que o profissional tenha fontes de renda alternativas para que possa suportar os primeiros meses sem contrair dívidas e dificuldades financeiras.

4. Domine o Código de Ética e o Estatuto da OAB

Se para realizar o exame da ordem o aluno dedica parte de seus estudos ao Código de Ética e ao Estatuto da OAB, para a atuação no dia a dia é necessário que esses estudos sejam redobrados.

Por se tratar de um verdadeiro “manual de instruções” para a advocacia, o profissional que se pautar no Código de Ética e Disciplina e no Estatuto para o exercício de sua atividade dificilmente terá problemas de qualquer monta no âmbito da sua profissão.

Dúvidas acerca de relações com o cliente, sigilo profissional, trato com documentos, marketing jurídico, honorários advocatícios, entre outros, podem ser sanadas por meio de consultas a esses materiais.

Portanto, é de suma importância que o advogado tenha pleno domínio desse instrumento.

5. Crie Estratégias De Marketing Jurídico

Há na advocacia outra peculiaridade que não se visualiza em outras áreas, já que o Marketing Jurídico tem caráter essencialmente informativo ao mesmo tempo que deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar mercantilização da profissão.

Alexandre Motta, especialista em Marketing Jurídico, afirma que existem 60 ferramentas de marketing jurídico as quais possibilitam a prospecção de clientes em conformidade com o Código de Ética.

Cita como exemplos de marketing permitido a realização de palestras, publicação de artigos escritos, vídeos, assessoria de imprensa entre outros.

Não se pode perder de vista também o Marketing Jurídico Digital, um dos principais meios de difundir conteúdos informativos atualmente.

Com investimento correto é possível a criação de website para publicação de conteúdo, bem como vincular este às buscas realizadas no Google, de forma que quando alguém tenha um problema jurídico e pesquise a respeito seus cliques acabem descobrindo seu site. 

Ainda, publicações de conteúdo em redes sociais como Linkedin, Facebook e Instagram são de suma importância, principalmente para quem está começando e tem uma rede de contatos pequena.

Porém, estas são apenas algumas das ferramentas disponíveis ao advogado que deseja investir no Marketing Jurídico, devendo, aquele que deseja se aprofundar a respeito do assunto, consultar uma agência de marketing especializada em marketing jurídico.

O advogado que considerar os 5 pontos acima expostos dificilmente não terá sucesso no próximo passo em sua carreira.

Escrito por

João Carneiro

OAB/MS 24.014

Advogado graduado em Direito e Mestre pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Redator de conteúdos jurídicos para WEB harmonizados ao SEO.